09 de janeiro de 2024

O impacto da tecnologia RPA no mercado de trabalho

Jéssika Campos
Jéssika Campos

09 de janeiro de 2024 · 7 min de leitura

O impacto da tecnologia RPA no mercado de trabalho

Trabalhando no setor de tecnologia, mais especificamente com consultoria e implantação do RPA, frequentemente me deparo com questionamentos de amigos e conhecidos sobre a dominância das máquinas e a possível perda de empregos decorrente da automação e do avanço tecnológico. Nos últimos anos, esse cenário tornou-se mais evidente com a hiper automação e o progresso das inteligências artificiais. Essa preocupação não é exclusiva dos trabalhadores, mas também compartilhada por proprietários de empresas.

Neste artigo, abordarei como a tecnologia tem impactado o mercado de trabalho e seus colaboradores, baseando-me em artigos atualizados provenientes das principais instituições de pesquisa no setor de tecnologia, tanto mundiais quanto nacionais. Além disso, explorarei maneiras de solucionar questões tão preocupantes, destacando como a tecnologia pode ser utilizada a nosso favor para melhorar a qualidade de vida. Desejo a todos uma boa leitura.

Um Olhar sobre o Futuro do Trabalho

Hoje, me deparei com um relatório do McKinsey Global Institute, que lança luz sobre o futuro do trabalho nos Estados Unidos. Navegando pelo site do instituto, me deparei com uma análise interessante sobre as dinâmicas transformadoras que estão moldando o cenário empresarial.

Durante o período pandêmico de 2019 a 2022, os Estados Unidos testemunharam uma notável transição, com 8,6 milhões de profissionais migrando para novas ocupações, marcando um salto significativo em comparação com os três anos anteriores. Nesse contexto, a automação, impulsionada pela inteligência artificial generativa, está projetando uma transformação, prevendo uma automação de até 30% das horas de trabalho até 2030. O que se destaca é que, em vez de eliminar postos de trabalho, essa revolução tecnológica está redefinindo a maneira como os profissionais de STEM, setores criativos, jurídicos e de negócios desempenharam suas funções.

Esta mudança aponta para uma abordagem mais dinâmica, concentrando-se nas atividades essenciais e deixando de lado tarefas mais rotineiras. Estamos entrando em um novo período em que a colaboração entre humanos e máquinas promete ser mais harmoniosa, marcando um avanço significativo na forma como o trabalho é realizado e valorizado.

A questão central, acima de tudo, é: estamos prontos para a transição ocupacional e de carreira desses milhões de profissionais? O desafio é real, especialmente considerando que a maioria dessas mudanças virá de trabalhadores em ocupações de menor remuneração, com mulheres sendo 1,5 vezes mais propensas a mudar de ocupação do que os homens.

Em resumo, para prosperar no novo cenário, é fundamental reavaliar nossa abordagem à força de trabalho, priorizando habilidades sobre credenciais e garantindo a inclusão de todos. O site McKinsey destaca a urgência de um desenvolvimento amplo da força de trabalho, enfatizando a necessidade de inovação na contratação e treinamento ágil. Diante das iminentes mudanças, é imperativo estarmos prontos para o futuro do trabalho, recebendo-o de braços abertos.

Tendências Emergentes na Automação: Desafios e Oportunidades do RPA

Agora compartilho as cinco principais tendências na Automação de Processos Robóticos (RPA) para os próximos anos, conforme destacadas pela revista digital holandesa Deloitte.

Aumento na Adesão para Tarefas de Operacionais e Alto Volume:

  • A ampliação da adesão ao RPA para automatizar tarefas repetitivas, como atendimento ao cliente e entrada de dados, não apenas melhora a eficiência, mas também levanta questões sobre o impacto no emprego humano, especialmente em funções rotineiras.

    Sofisticação Aprimorada com IA e Aprendizado de Máquina:

  • A sofisticação crescente do RPA com IA e aprendizado de máquina destaca a capacidade de automatizar tarefas mais complexas. Isso levanta considerações sobre a necessidade de reskilling da força de trabalho para funções mais estratégicas e voltadas para a criatividade.

Expansão para Tarefas Complexas como Atendimento ao Cliente e Detecção de Fraudes:

  • A automação cognitiva do RPA em tarefas complexas, como atendimento ao cliente, levanta questões sobre como as funções tradicionalmente desempenhadas por humanos serão redesenhadas, destacando a importância do desenvolvimento de habilidades mais especializadas.

    Melhoria na Satisfação e Retenção de Funcionários:

  • A automação de processos de recursos humanos com RPA sugere uma mudança nas funções de RH para atividades estratégicas. Isso destaca a necessidade de profissionais de RH desenvolverem habilidades mais orientadas para a estratégia e aprimorarem a comunicação para garantir a satisfação e a retenção dos colaboradores.

    Adesão Mais Ampla no Setor Público:

  • A crescente adesão do RPA no setor público para automatizar tarefas repetitivas levanta questões sobre o papel futuro dos funcionários públicos. É crucial considerar como esses profissionais podem se adaptar e contribuir em funções mais analíticas e estratégicas.

Ao abordar o modelo Robots as a Service (RaaS), é importante notar que, embora essa abordagem oferece eficiência e flexibilidade, ela também pode gerar preocupações sobre a substituição de trabalhadores por automação e a necessidade de adaptar as habilidades da força de trabalho para se alinhar às mudanças tecnológicas.

Equilíbrio entre Tecnologia e Humanidade

Conforme apontado pela doutora em administração Alessandra Montini, diretora do LabData FIA, na revista digital da FEBRABAN Tech, o cenário de hiper automação, estimado em um mercado de US$596 bilhões, destaca a interseção entre automação e preservação do elemento humano, A discussão sobre a importância de equilibrar eficiência tecnológica com a dimensão humana é central em sua abordagem.

Embora a automação ofereça eficiência e produtividade, Montini enfatiza a necessidade de preservar a singularidade humana. A ascensão das automações, segundo ela, não anula a importância da intuição, empatia e julgamento humanos.

Sua visão é de que a automação deve ser uma aliada, permitindo que profissionais se dediquem a atividades mais estratégicas e criativas.

Como exemplo, no setor de atendimento ao cliente, destaca-se que a simpatia humana é insubstituível, principalmente diante de chatbots altamente automáticos e genéricos, que, por vezes, não conseguem solucionar adequadamente as questões dos clientes.

A abordagem sugerida por Alessandra propõe a busca por equilíbrio entre a eficiência da automação e a importância da afinidade emocional e do atendimento personalizado.

Essa discussão conecta-se à necessidade de preparação para um futuro automatizado, destacando investimentos em educação para desenvolver habilidades complementares à automação. Acredita-se que a automação e a conexão humana podem coexistir harmoniosamente, considerando o impacto da tecnologia no mercado de trabalho.

Essa visão alinha-se à necessidade de uma transição equilibrada e sustentável em direção a um ambiente de trabalho mais automatizado.

Em meio às transformações trazidas pelo avanço tecnológico, torna-se essencial abordar soluções que minimizem os impactos na geração e eliminação de empregos. Consideremos, portanto, algumas estratégias-chave:

Requalificação e Educação Continuada:

  • Diante da automação crescente, é fundamental investir em programas robustos de requalificação e educação continuada. Ao capacitar os trabalhadores com habilidades complementares à automação, criamos uma força de trabalho adaptável.

    Ênfase em Habilidades Humanas:

  • O destaque para habilidades humanas essenciais, como criatividade e empatia, é crucial. Ao investir no desenvolvimento humano, fortalecemos áreas que a automação não pode replicar, garantindo a relevância contínua dos profissionais.

    Políticas de Transição no Ambiente de Trabalho:

  • Implementar políticas eficazes de transição é vital. Ao criar programas de apoio à reconversão profissional e recolocação, suavizamos os impactos da automação, proporcionando novas oportunidades de carreira.

    Colaboração entre Humanos e Máquinas:

  • Promover a colaboração é a chave. Enfatizar a automação como uma aliada, liberando os trabalhadores de tarefas repetitivas para se dedicarem a atividades mais estratégicas, reforça a importância da coexistência harmoniosa.

    Incentivos à Inovação e Empreendedorismo:

  • Estimular a inovação e o empreendedorismo é essencial. Criar ambientes favoráveis ao surgimento de novos empregos e oportunidades, alinhados às mudanças tecnológicas, contribui para uma transição equilibrada.

Em alinhamento com a perspectiva de Alessandra Montini, as soluções apresentadas não apenas respondem às preocupações em relação ao impacto da automação, mas também apontam para um futuro do trabalho mais adaptável, inclusivo e inovador.

Nesse cenário, a High Jump Consulting se destaca como uma parceira confiável, comprometida em contribuir para uma implantação justa e colaborativa.

Reforçamos a importância de uma análise minuciosa dos processos internos, assegurando uma implementação eficaz do sistema.

Convidamos você a se unir a essa jornada, a manter-se atualizado em busca constantemente de informação e conhecimento para enfrentar o futuro com confiança e inovação.

Afinal, a integração equilibrada da tecnologia pode ser uma aliada na busca por um ambiente de trabalho mais eficiente e humano.

Fale agora mesmo com um de nossos especialistas e solicite um diagnóstico para identificar oportunidades de aplicação da automação de processos de negócios.