Os principais desafios da gestão financeira empresarial e como superá-los.
Antes de iniciar o tema, é importante refletir sobre as diferenças entre Gestão e Administração. É muito comum no meio empresarial esses dois termos serem interpretados como sinônimos. Uma compreensão mais ampla sobre esses dois conceitos, pode representar a diferença entre o sucesso e o fracasso em um empreendimento. A administração engloba gestão e representa o conjunto de recursos de uma empresa, tais como: humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, etc., dentro de uma estrutura organizacional composta de hierarquia, cargos, funções, cultura, missão, visão e valores. Ou seja, é tudo que estudamos dentro da ciência “Administração”. Já o termo gestão, do latim “gestio”, está associado a “indicar, conduzir, realizar”.
Desse modo, gerir é liderar times para atingir metas pré-estabelecidas, utilizando-se de métodos adequados e dos recursos administrativos disponíveis. Logo, o papel da gestão financeira é assegurar o cumprimento das metas financeiras estabelecidas de acordo com as premissas do planejamento estratégico, e deve fazê-lo através de duas áreas de apoio: a Tesouraria e a Controladoria.
A Tesouraria cuida do registro adequado dos fluxos financeiros, preferencialmente em um ERP, à medida em que eles ocorrem, com objetivo de sistematizar e otimizar o ciclo financeiro do negócio, harmonizando as políticas de compra, estocagem, produção, venda, prazos de pagamento e recebimento, além de garantir o equilíbrio financeiro através das decisões de captação de recursos para financiar o giro da operação.
Já a área de Controladoria, cuja atuação é mais ampla, engloba a tesouraria e com uma visão holística do negócio, cria indicadores estratégicos e operacionais para subsidiar a tomada de decisões e melhorar a capacidade de agregação de valor hoje e no futuro do negócio.
Existem muitos desafios na gestão financeira, em especial para as pequenas e médias empresas brasileiras, que precisam realizar a gestão conforme mencionado acima, enfrentando, além da dessincronização natural de prazos entre pagamentos e recebimentos (necessidades de giro), uma série de variáveis incontroláveis que impactam fortemente a capacidade de financiar seus ativos, como por exemplo:
• a escassez de crédito barato e de longo prazo, ainda muito restrito às grandes companhias;
• política;
• economia;
• obsolescência tecnológica;
• giro baixo;
• juros altos;
• inflação;
• mercado;
• dentre outras.
Esses e outros aspectos aliados à constante mudança no perfil de consumo e no comportamento do consumidor, aumentam a incerteza do gestor financeiro que precisa reavaliar com frequência a relação risco e retorno de suas decisões.
Para minimizar esses impactos, sem depender tanto de agentes ou situações externos, o gestor financeiro precisa atuar estrategicamente, pensando além dos limites de seu departamento, buscando reforçar e ter maior controle sobre os prazos médios do ciclo operacional do negócio, através de uma aliança forte com os demais gestores da organização para antecipar movimentos mercadológicos, tendências do segmento, risco operacional, etc. Essa sinergia, fortalece a missão, visão e valores organizacionais e cria uma atmosfera favorável capaz de garantir o cumprimento do plano estratégico.
Assim, uma visão mais estratégica lançada sobre o ciclo operacional, pode proporcionar ao gestor financeiro maior clareza e previsibilidade sobre os números, gerando uma série de benefícios, como por exemplo:
• alocação ótima dos recursos de giro ou a liberação destes para reinvestimentos;
• base de dados confiável para custeio e precificação mais precisos de produtos e serviços;
• além de melhorar a velocidade e assertividade para a tomada de decisões de investimentos que promovam riqueza, e financiamentos no montante e no custo adequados junto as instituições financeiras parceiras.