29 de agosto de 2022

Como um Sistema de Gestão Certificado pode alavancar sua empresa

Adriano Angelotti
Adriano Angelotti

29 de agosto de 2022 · 6 min de leitura

Como um Sistema de Gestão Certificado pode alavancar sua empresa

A certificação de sistemas de gestão é indispensável para que uma empresa tenha maior competitividade no mercado. São inúmeros os exemplos de fornecedores, clientes e parceiros econômicos que exigem certificação como subsídio para o fechamento de um negócio, uma vez que isso demonstra que a empresa atua em conformidade com as normas reconhecidas tanto no âmbito nacional quanto internacional.

Atualmente, as empresas enfrentam um ambiente cada vez mais dinâmico e inconstante, onde as transformações globais ocorrem em um ritmo acelerado jamais visto pelos mercados, o que significa economicamente concorrer não só com a empresa ao lado, mas também com organizações do mundo inteiro.

A competitividade torna-se uma das principais preocupações no espaço organizacional. Ao decidir tornarem-se competitivas, as empresas têm buscado como formas mais eficientes a reestruturação e a redefinição de seus processos produtivos. Questões como melhoria contínua, reengenharia, gestão ambiental e da qualidade, certificações ISO, entre outras, passaram a ser comuns no cotidiano das organizações em busca de estratégias para diferenciar-se de seus concorrentes e fazer com que seus produtos e serviços sejam amplamente aceitos pelo mercado. É nessa busca por uma estratégia competitiva que as certificações de sistemas de gestão como a ISO, surgem como alternativas à melhoria do processo produtivo, gerando bens e serviços de alta qualidade e responsabilidade para o cliente.

As normas ISO, por exemplo, devido à importância para a qualidade, à segurança e saúde e o desenvolvimento de práticas sustentáveis nas organizações, são essenciais para aumentar a competitividade internacional para as empresas certificadas.

O uso de instrumentos de gestão que aprimoram o funcionamento dos mercados é geralmente mais eficaz para se atingir os objetivos da qualidade, segurança e meio ambiente do que a pura e simples restrição comercial a produto, que é passível de ser utilizada de forma distorcida como barreira. É o caso do desenvolvimento de regulamentos e normas que prevejam procedimentos e especificações de cumprimento gradativo e contínuo como exigência técnica para a melhoria desses conceitos.

No Brasil, os fornecedores de commodities e bens industrializados estão direcionando seus esforços para a certificação dos sistemas de gestão na ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001, ISO 50001 e outras normas setoriais.

Algumas vantagens dessas normas podem ser destacadas como:

  • Redução de custos;
  • Melhoria contínua;
  • Conformidade com a legislação aplicável;
  • Credibilidade no mercado e visibilidade no exterior.

Em alguns mercados no âmbito nacional, como grandes empresas e internacionais, como o de commodities e demais exportações, o selo das normas de certificação como as ISO, podem render bons negócios para o empreendimento certificado, dado que muitos contratos com grandes empresas só são abertos às empresas certificadas. Essas obrigações para a certificação não são por si só, meras exigências do mercado já que demonstram impactos positivos em toda a estrutura organizacional das empresas como:

  • Melhoria do desempenho de produtos e serviços;
  • Elevação da satisfação dos clientes;
  • Redução do desperdício;
  • Melhoria da produtividade;
  • Aumento das receitas.

Algumas situações cujas certificações são essenciais para empresas explorarem as possibilidades de comércio podem ser consideradas como exemplos desse mecanismo econômico. É o caso das exportações. Empresas que pretendem iniciar ou intensificar suas investidas no comércio exterior precisam entender os mercados que almejam e mostrar os seus diferenciais.

Sabendo-se que cada país tem as suas peculiaridades, obrigações e hábitos de consumo, a empresa precisa mostrar que seus produtos e serviços são adequados para atender a esse público. A partir daí que entram as certificações, documentos que demonstram ao mercado que a empresa cumpre os requisitos legais para operar em determinado país e comprovar a qualidade de seus produtos. Via de regra, elas atestam padrões de produção, armazenagem e comercialização, assegurando que os requisitos de qualidade ou procedimentos foram seguidos.

Quando a concorrência é global, as certificações representam os diferenciais dos produtos oferecidos pela empresa. Com o atendimento aos requisitos dessas normas, a empresa comprova seus métodos de produção, obtendo autorização para vender a certos lugares ou angariando vantagem competitiva. Dessa forma, a certificação cumpre o papel de atestar que o seu produto ou serviço possui os atributos desejáveis. Na prática, elas operam como uma comunicação entre o vendedor e o comprador, afirmando a veracidade desses atributos.

As certificações podem ser cedidas por organizações da sociedade civil ou pelo poder público. Há, ainda, dois tipos de certificações: as compulsórias, quando exigidas para a comercialização de produtos em determinados países, e as voluntárias, quando não são exigidas, mas, podem ajudar a impulsionar as exportações. Alguns exemplos podem auxiliar no entendimento do acesso aos mais variados mercados.

Entre as certificações compulsórias temos:

Certificação Halal
Fornecida por entidades islâmicas autorizadas para que empresas possam exportar para países de maioria muçulmana. Atesta a realização de procedimentos adequados, de forma a atender aos padrões éticos baseados nos princípios religiosos da cultura islâmica.

Certificação Obrigatória da China
Estabelecida em 2002, essa certificação busca padronizar uma gama de produtos de acordo com as diretrizes chinesas.

Marcação CE
Para que produtos estrangeiros sejam comercializados na União Europeia, se faz necessário carregarem a marcação CE. Essa certificação registra que os materiais atendem aos requisitos europeus de segurança, saúde e meio ambiente.

BRC – British Retail Consortium
Essa certificação atesta a qualidade, conformidade legal e segurança dos alimentos que serão comercializados no Reino Unido.

Entre as certificações voluntárias, destacam-se:

ISO 9001
Essa norma tem como objetivo proporcionar um padrão internacional de qualidade nos processos da gestão interna da empresa, de forma a buscar o crescimento rentável, com a redução de custos e o aperfeiçoamento das práticas. A certificação ISO 9001 é uma alternativa para criar uma padronização e otimizar a produção.

ISO 14000
A série das normas ISO 14000, refere-se ao sistema de gestão que apresenta diretrizes para auditorias ambientais, avaliação de desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise de ciclo de vida dos produtos. Exibir selos referentes a essa série pode fazer a diferença em um mercado tomado pela onda ESG.

ISO 22000
Rege a segurança de alimentos durante todo o processo de produção, da colheita até a mesa. Grandes nomes do comércio global só fazem negócios com produtores que apresentam essa certificação.

Certificação de Produtos Orgânicos
É uma forma de atestar, através de inspeções feitas por agências especializadas, que a produção seguiu normas e práticas da agricultura orgânica.

Certificado de origem
É um documento que atesta o local em que uma mercadoria foi produzida. Com ele, as empresas podem obter tratamento preferenciais para países que têm acordo com o Brasil, como por exemplo, tratamento alfandegário especial e redução de impostos comerciais.

Certificação Fairtrade
Refere-se ao comércio justo, beneficiando produtores e consumidores a partir de princípios sociais, econômicos e ambientais. Essa certificação agrega valor à produção e representa um diferencial para ingressar em novos mercados em que há demanda de consumo consciente.

Certificação Kosher
Essa certificação assegura que os princípios da dieta judaica ortodoxa sejam atendidos durante a produção desses insumos.

As certificações abordadas acima representam apenas uma pequena parte desse universo. Cada empresa terá certificações e selos que melhor se enquadram com seu tipo de atuação e podem fazer a diferença na hora de apresentar seus produtos no mercado.

A certificação de um sistema de gestão faz com que as empresas incorporem valor aos seus produtos e serviços. Ao ostentar determinados selos, a organização assegura parâmetros que podem fazer a diferença no momento de fechar negócios e ter o produto aceito em vários mercados, sejam nacionais como internacionais.